Olá,
Finalmente um post não técnico e como costumo dizer: com “sinceridade e sem crachá”,sem compromisso ou preocupação de desagradar alguém, afinal estou escrevendo pro meu blog, então é zero patrocínio. A ideia aqui é deixar algumas impressões sobre ser consultor(a), em especial coisas que eu gostaria de ter lido no passado.
Um pouco de background
Pra quem não me conhece (e pra quem conhece também kkk), Renato, trintei ano passado, resido em Brasília-DF e trabalho como DBA desde 2012 (graças a uma baita oportunidade recebida pelos Rodrigos (Gomes/Jorge), Priscila, Ricardo, Marcel (dentre muitos outros amigos de profissão e também da G954). Não é ideia deste post contar sobre minha história, mas fui abençoado e tive muita sorte de ter tido a oportunidade de trabalhar ao lado de profissionais e pessoas incríveis (sem listas neste post) e graças aos ensinamentos vindos de todos os lados, um pouco de networking/comunidade e trabalho, cheguei até 2021 sempre trabalhando na área, e sempre alocado a um cliente específico de modo geral.
Seja empresa de BI, agência reguladora de energia elétrica, telefonia e comunicações, uma instituição financeira relevante relacionada ao Cooperativismo, alguns órgãos do governo de importância crítica pra sociedade e também em uma operadora de plano de saúde… Já dei uma rodada considerável em vários ambientes, mas, até então, eu nunca tinha trabalhado com consultor de banco de dados como atividade principal, entretanto já tinha topado com inúmeros consultores de forma direta ou indireta no dia a dia então eu tinha algumas ideias formadas já na cabeça de como seria o dia a dia de um(a) consultor(a), a principal delas é que, certamente é significado de uma vida mais agitada e desafiadora, afinal, sempre tem “bucha” pra resolver (ninguém chama uma consultoria em tempos de paz ou que não seja pra resolver problemas), e em “sabores” variados, levando em consideração a quantidade de clientes e seus diferentes setores/dimensões que uma consultoria atende (versus o DBA que fica alocado em um só lugar).
Me interessei justamente por esse desafio na época, a de exposição a vários tipos de “buchas” e decidi aceitar o convite da consultoria que me chamou primeiro (depois de algum tempo, pois pensei muito antes de prosseguir).
A entrevista
Entrevista hardcore, meus amigos. Foi a entrevista técnica mais puxada de todas que já tinha feito até o momento e que na minha opinião deveria ser um modelo pra entrevista de qualquer DBA, bem completa, desde os fundamentos do produto até itens mais avançados especialmente de performance tuning. Enfim, achei que não daria certo, acabou que deu, passei com ferimentos leves kkkkk e cá estou, agora de fato, trabalhando como consultor de banco de dados SQL Server, apesar de estar mais voltado a projetos, já participei de plantão, de alguns incidentes e agora, tenho condições de compartilhar algumas impressões que são sobre ser consultor (a).
Características básicas de consultoria
Bem, basicamente assim como todo profissional é contratado pra resolver problemas e com o consultor(a) não é diferente. Alguns pontos do papel de consultor(a) chamam a atenção:
- A pool de clientes é muito vasta e em geral pode envolver clientes de diferentes tamanhos, setores e críticidades diversas (ou seja, naturalmente possuem cenários, problemas, budgets e características únicas que fazem cada problema ser, em geral diferente do outro). Lidar com diferentes cenários é uma (inescapável) realidade, saber lidar com eles é uma habilidade.
- A vida de um consultor é estilo Brasília-DF (já ouviram falar do lema Brasília 50 anos em 5???), mas como sei que grande parte de quem lê esse post também é meio nerd, ou manja de cultura pop 90+, então vou usar conceito de anime mesmo por pura diversão pessoal chamado Salão do tempo. Esse ponto é o que vou focar o restante do post;
- O consultor além da parte técnica, é um representante da contratante e vendedor. Esse pra mim foi um estalo um tanto quanto chocante, pois não parece óbvio a primeira vista, mas isso também vale para quem não é consultor (sim, você mesmo, que está alocado por exemplo). Somos todos vendedores e perceber isso vai fazer o mercado de trabalho fazer mais sentido. Esse é o ponto que vou focar no próximo post que sai na quinta com bastaaaaante foco (21/10/2021);
Parte 1 de 3: Salão do Tempo
Quem assistiu Dragonball deve estar familiarizado com o conceito do Salão do Tempo, local que fica no céu (pra facilitar, fora da terra, que não é plana, só lembrando), onde os protagonistas foram treinar pra vencer um inimigo muito mais poderoso que eles (premissa de toda jornada de herói). Bem, dentro deste local, o tempo passa diferente (6 minutos no salão equivalem a 1 segundo na terra), em outras palavras, treinar no salão compensa e muito pois o tempo passa mais devagar se comparado com treinar na terra, ou seja, o aproveitamento ao treinar dentro do salão é muito maior que fora dele.
Traçando os paralelos pra nossa realidade já que dragonball é um anime, a gente só tem um vida e não somos desocupados que só querem lutar e participar de torneio (sim isso é um resumo do Goku e desculpa se eu estraguei a infância de alguém), trabalhar em uma consultoria saudável favorece demais o cenário de você aprender em um mês, o que você aprenderia em vários meses, ou até em anos, dada a quantidade de problemas que você tem à disposição pra resolver.
Tá, mas…
Isso é bom? Sem dúvida, pra quem é avido(a) por resolver problemas e quer mares mais agitados por assim dizer, é uma oportunidade incrível pra sua carreira, já que uma das partes principais de fato, que um(a) profissional deve procurar em uma consultoria (acredito), é a evolução técnica (mas não somente). Uma consultoria tem clientes variados, problemas variados, de dimensões bastante diferentes entre eles (e em alguns casos até requisitos legais, governamentais, ou relacionados à segurança que irão certamente dificultar a sua atuação), enfim, problema pra resolver aqui tem aos montes!
Vai ter que estudar mais do que o normal? Com certeza, já que ninguém sabe de tudo, e pra resolver determinados problemas cuja solução não é tão familiar, vai ter que sentar o bumbum na cadeira e estudar. Aqui fica uma dica pra quem está atuando na área na geração atual…Estudar como resolver determinados problemas APENAS quando eles aparecem, ao invés de se ter um preparo prévio dos fundamentos envolvidos, é válido mas não pode ser a única forma de estudo. Estude fundamentos, leia um ou mais livros de assuntos que você quer reforçar, não deixe de ler. Não saber algo é melhor do que falar bobagem (quem nunca). Não espere ser surpreendido sempre, do your research como diria sei lá quem.
Quem não tem o perfil de estudar, uma certa auto-suficiência de correr atrás de determinado assunto (ou procurar quem sabe pra ajudar) tende a sofrer bastante em uma área tão dinâmica quanto a TI, mas isso se acentua no papel de consultor. Então fica aqui meu conselho ultimate: estude. E nem vou completar “pois a caneta é mais leve que a pá”, é que se algum dia você precisar daquela informação, já sabe…
Resumindo:
O “Salão do tempo” é uma das principais vantagens de ser consultor pela evolução técnica, mas é onde exige mais esforço da sua parte e naturalmente exerce pressão. Quanto mais esforço dispendido, maiores os resultados, já que problemas nunca irão parar de aparecer.
Independente se você é consultor(a) ou não, o maior responsável pela sua carreira é você mesmo, mas aqui isso vale mais do que nunca. Aproveite, se esforce, busque ajuda sempre que for necessário, mas nunca pare de “treinar” no salão.
Pergunta popular: Então o Salão do tempo é onde todo profissional de TI deveria estar?
Resposta impopular: Não, pois nem todo mundo tem o perfil que a situação em si exige (de mares agitados) e está tudo bem, principalmente nas diferentes etapas de vida, existem diversas variáveis que devem ser consideradas (trabalhar em um ritmo mais tranquilo é uma delas) e só a pessoa vai de fato saber se consegue pagar o preço ou não (ou se faz sentido pra ela, naquele momento), afinal pra cada escolha tem um sacrifício.
Enfim, no próximo post gostaria de focar em outro ponto que acredito ser tão importante quanto a parte técnica: soft skills em geral, e no fato do consultor(a) ser um vendedor(a) e por mais que pareça uma visão fria, vou explicar o porquê não é e porque você deveria se preocupar (e muito) com esse ponto.
Deixa sua opinião, comentário etc se tiver interesse, canal sempre aberto para discussões!
[]’s
EDIT: Agradecimentos anônimos a uma conhecida de pouquíssima intimidade (diz que parou de beber) que fez um CHECKDB no texto, cheio de erro.
Muito boa a leitura. Leve q que passa mt real do que é essa vida de T.I, principalmente na parte de consultoria.
Valeu pela comentário e pelo checkdb :p
Texto claro, objetivo e criativo. Bem explicativo sobre a parte de consultoria em T.I.
Obrigado quântico
Fala Brother Renatommm,
Como sempre seus textos são topzera, criativo, cheio de humor (do jeito que gosto…kkk), as figuras dizem tudo…todos os detalhes aprecio bastante! Sem contar com as comparações dignas de Renatomm, o nerd…kkkk
Sua resposta impopular foi perfeita, creio que o autoconhecimento é primordial para não se decepcionar muito consigo mesmo, nem se achar incapaz, “menor”, cada um tem um perfil que se encaixa em diferentes desafios, citar o exemplo de um vídeo que está rodando nas redes…da garrafa de água mineral valer mais ou menos dependendo do lugar onde é vendida, assim são nossas habilidades e competências, se não estão sendo valorizadas onde está agora, mude de lugar! Pode existir um lugar que você valerá muito!! Por isso, primeiramente precisamos valorizar nós mesmos, investir em nós mesmos e assim ficar realizado com tudo que conquistou e realizou até então!!
Mas uma vez parabéns meu amigo e sucesso em sua jornada e continue sendo esse exemplo de determinação, dedicação e perseverança!! E continue compartilhando essas experiências topzeiras conosco!! Tu é milllll 🙂
Cassilds! Muito obrigado pelo seu comentário, e muito muito boa a citação de água mineral, tem muito a ver com a real mensagem deste post.
Tu que é mil, tmj!
Pingback: Como é trabalhar com consultoria de TI? Parte 3 de 3 › Renato Siqueira