Resolvi escrever o último post do ano e vai ser não-técnico novamente, pois sinto que vai ser interessante reler isso nos próximos anos e de fato, acho que algumas reflexões podem fazer sentido pra alguém que por um acaso estiver lendo este post de um humilde profissional que atua na área de TI.
Ano de mudanças
Esse ano foi uma correria só, me mudei de Brasília-DF para João Pessoa-PB com minha esposa buscando uma maior qualidade de vida e não era de fato muito apegado ao DF: a ÚNICA coisa que sinto falta pra ser bem sincero são os familiares e amigos. Foi um ano também que eu tive o prazer de trabalhar com pessoas espetaculares e me desenvolvi bastante em alguns assuntos técnicos e não-técnicos. Também foi o ano em que mais trabalhei e isso me rendeu além de muito conhecimento, muita dor de cabeça, que não vem ao caso agora, hehe.
O que quero dizer é, foi um ano de muita mudança, algumas deram muito certo, outras nem tanto, mas a vida é feita de altos e baixos. Isso vale pra vida humana, ou até pra uma ação em bolsa de valores. Progressão sem altos e baixos = morte, segue exemplos onde a ausência de linha reta indica que a vida está acontecendo (na primeira imagem é a cotação da BBSA3, na outra é um batimento cardíaco random):
Foi também o ano que eu mais li conteúdo técnico e não técnico, fiz uma penca de cursos e também aprendi um pouco mais sobre mercado financeiro, o que foi na minha opinião a grande virada de chave e é uma pena que pouca gente tenha interesse neste assunto, que afeta diretamente suas vidas. Enfim, gostaria de comentar alguns assuntos bem rapidamente sem ordem de importância, para fins de documentação.
Reflexões aleatórias
Inglês: Ter um segundo idioma exige tempo e prática para ser desenvolvido. Como eu queria ter estudado mais inglês nesse ano! As barreiras que ligam o Brasil ao mundo se “afrouxaram” ainda mais em um mundo já globalizado com a pandemia e agora está mais fácil não somente trabalhar para fora, mas de ter experiências incríveis fora do Brasil (uma viagem a lazer ou intercâmbio, por exemplo). Quanto antes a prática começar, melhor. Aprendi também fazendo algumas aulas de inglês que o maior inimigo que prejudica na nossa evolução do idioma somos nós mesmos e nosso inexplicável medo: medo de parecer ridículo, de falar errado, de falar bobagem. O segundo inimigo é a falta de estudo e prática, que afeta na realidade qualquer coisa na vida. Mas o medo é de longe o pior inimigo, então fica aqui meu conselho neste ponto: estude (pra aumentar a segurança) e aprenda ignorar seu sistema de auto-defesa nessas horas.
Mercado de trabalho x Banco de Dados: Hoje, pouquíssimos ambientes possuem apenas uma tecnologia só de banco de dados. Se anos atrás era bastante comum vagas de DBA somente Oracle, somente SQL Server, com no máximo um puxadinho em MySQL e etc, esse cenário acabou. Hoje estar na cloud é o novo normal ou normal esperado e uma empresa ter múltiplos sabores de banco, também. Recentemente tive uma experiência incrível em uma corretora de valores mobiliários que possui pelo menos 5 SGBDs diferentes, e sei de concorrentes dela que tem mais que o dobro de tecnologias de banco diferentes. Aqui não tem paixão: vivemos pra resolver problemas independente da área e nem todo problema pode ser atendido por um banco x ou y (ou pelo menos não da melhor forma). Então essa pluralidade é normal e esperada e se traduz em grande oportunidade para quem quer desenhar um perfil profissional atual “generalista”.
Ainda é possível encontrar posições de emprego como “especialista” em um banco de dados só (principalmente em empresas de consultoria como a Powertuning por exemplo, que contrata focada em SQL Server) porém elas não são mais a regra e sim a exceção. Então fica aqui algumas dicas bem descompromissadas sobre o assunto:
a) Valorizar aos fundamentos do que você atua hoje. Eles com 100% de certeza irão ajudar caso você precise aprender uma nova tecnologia.
b) Nunca deixe de estudar. O mercado de dados em geral está se movendo em uma velocidade anormal e acelerada e sempre tem coisa nova surgindo com muita frequência.
c) A obrigação de estudar é sua, não da empresa em que você está. Ela pode até te ajudar e incentivar (o que é excelente para ambas as partes e muito nobre por parte da empresa), mas lembre-se que a carreira é sua e somente você tem responsabilidade sobre ela.
Qualidade de Vida: Apesar de ter me mudado para João Pessoa pela qualidade de vida, eu não tinha os hábitos criados para de fato, aproveitar bastante esse ponto. Então sinto que vou fechar 2022 meio que em débito, porém devidamente direcionado em 2023. Estou aos poucos trabalhando a construção de hábitos que envolvam qualidade de vida (e está dando certo) para que ano que vem seja um ano incrível. Uma excelente e inspiradora leitura sobre o assunto é Hábitos Atômicos, de James Clear, recomendo caso tenha interesse.
Sobre finanças em geral: Foi pra mim a grande conquista de 2021/2022 ter estudado sobre algo que deveria ser ensinado nas escolas, que é educação financeira (acredito que não é de interesse do governo). Meu conselho aqui é: estudar educação financeira é libertador, e como investir (renda fixa, ações, FII’s) caso ainda não tenha feito. Investir significa possibilitar ou ainda, adiantar muitos sonhos de vida.
TOP 3 frases que usei bastante esse ano: Usei durante o ano inteiro, em diferentes ocasiões, mas principalmente durante o trabalho ou nos momentos de lazer. Estou listando aqui em caráter de diversão:
- Se tem placa, tem história
- O óbvio precisa ser dito
- Fechou igual boca de bode (crédito: Wigenes)
Prioridades para 2023:
Coisas que eu gostaria de ter focado mais em 2022, porém não adianta chorar pela cerveja derramada e focarei em 2023:
- Inglês;
- Exercícios físicos;
- SQL Server, MySQL, PostgreSQL, Oracle, NoSQL (MongoDB, Cassandra, Redis);
- AWS/Azure, Devops em geral, DBRE/SRE;
- Compartilhar conteúdo técnico (aqui está uma GRANDE falha e que pretendo reparar, já que grande parte do que eu sei, foi graças à comunidade técnica).
- Compartilhar conteúdo não técnico (aqui vai ser pelo lazer, gosto de falar sobre outros assuntos e estou pensando em como fazer isso);
Sobre mudanças:
Aqui eu deixei o mais importante pro final se eu puder dar o papo mais reto possível (aqui a interpretação fica por cada um).
Ter medo de mudança é normal, mas não deixe isso te impedir de progredir. No final do dia, a vida é sua, e só você sabe onde o calo aperta. Tome decisões boas e ruins, mas nunca deixe de prosseguir. Aprenda principalmente com o que não deu certo, pra não fazer cagada novamente.
Porque estou falando isso? Bem, conheci e conheço algumas pessoas que perdem uma quantidade desmedida de tempo reclamando do governo, reclamando do chefe ou da empresa, reclamam de tudo, ou seja, apenas de coisas que elas não tem controle nenhum, mas pouco fazem pra mudar a si mesmas. Eu recomendo que mude se for realmente necessário. E se o “time estiver ganhando”, continue evoluindo seu projeto, negócio, hábito, o que quer que seja, afinal evolução também é mudança.
Enfim, post totalmente não-estruturado e que estou fazendo meio que às pressas antes de dar meia noite só pra dizer que postei ano passado.
Que 2023 seja um ano incrível para todos nós. Vamos em frente!
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